terça-feira, 25 de dezembro de 2018

O pote da felicidade

Onde foi parar o arco-íris que estava ou deveria estar aqui...onde, em que nuvem se escondeu...
Num instante o céu fecha e nuvens negras começam a aparecer, o ar sufocante e parado preenche todos os espaços e ficamos sem espaço, tudo fica em suspenso, inclusive nós.
Em dias abafados, quando olhamos o horizonte e não vemos o horizonte, tentamos resgatar o vento que passou ainda ontem para ver se ele leva essa poeira recém instalada.
Nos debatemos um pouco e caminhamos rumo às árvores, lá sim, deverá ter um ar escondido em meio às folhas. Sim, lá deveremos nos deparar com a leveza que só em dias mais amenos existe.
O encontro fatal entre chuva e sol, por outro lado, também traz em si aquele arco-íris que costumávamos procurar intensamente quando crianças, para, por seu lado, encontrar o tão sonhado pote de ouro.
É dezembro e quase Natal.
Muitas foram as sensações e acontecimentos que vivemos no ano que está chegando no seu degrau final e, ai vamos arrumando as coisas, arrumando as gavetas, esvaziando a mochila para embarcar mais leve.
O arco-íris? Esse continua lá, e só olhar com olhos de adulto mas, tendo no coração, a criança.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Calma

Às vezes é necessário apenas esperar a tormenta passar.
Na maioria das vezes, é preciso que se espere.
Junto com as folhas e galhos que voam, vem também aquelas gotas que mais parecem alfinetes, de tão finos e doloridos que são, pois que batem com toda força no nosso rosto.
Carece de parar e se abrigar então.

Assim é a natureza, assim é a nossa natureza: teimamos em nos debater, em sair em dias de tempestade sem a mínima proteção e, escorregamos, caímos.

Na maioria das vezes precisamos sentar em algum lugar, olhar em volta, olhar dentro, nos reconfigurar e aí, podemos fazer a caminhada, ela já será outra.