sábado, 10 de julho de 2010

Paraísos pessoais

São inúmeras as vezes em que desejamos que nossa vida seja um mar igual ao da imagem, sem maiores sobressaltos de ondas que quebram violentamente, sem ruídos ensurdecedores tal qual aos dias de fúria. Sonhamos com algo parecido com a placidez da água de um lago.
Entretanto, seres humanos cheios de minúncias que somos, quando as águas estão calmas, demasiadamente calmas, tendemos a levantar âncora e partir para descobrir mares mais nervosos, intensos, que nos faça literalmente parecer vivos.
O que não entendemos é que apesar de aparentemente calmo o mar traz em si um furor e uma agitação enlouquecedora, naquele momento ele está apenas tomando um fôlego de uns breves momentos para em seguida, sem que se espere, mostre a sua verdadeira natureza.
Assim é a vida, cheia de idas e vindas, altos e baixos, silêncios e ruídos, claridades e escuridões e, acredito que a única coisa que é precioso neste momento é saber viver.
Puxa, que simples!
E aí vem a complicação de lidar com o bambolê sem que ele caia e se cair, caiu, não há problema nisso, é para isso que se vive, é para isso que estamos aqui, descobrir o que há por vir no dia seguinte.
É o mistério, esse senhor que usa uma capa transparente, que torna a vida humana exclusiva, que nos torna distintos de outros seres vivos, além de, lógico, pensar (ato altamente passivo de discussão em alguns seres humanos).
É o que há por vir e essa sucessão de diferenças que cabem dentro de um dia que torna a condição de viver em algo pleno de um sabor sem igual.
Sou mesmo da opinião que é preciso se descobrir todos os dias para saber como é viver e lidar com as instabilidades que o sol de cada manhã nos traz.
Penso também que é necessário uma dose de maturidade para andar na corda bamba, caindo vez por outra, mas, subindo de novo e continuando a caminhar.
O que pensará você...