sexta-feira, 20 de abril de 2018

Todo ano um novo nascimento

A muito tempo percebo que, em determinados meses, eu sou mais questionadora, mais sensível, mais próxima do silêncio também, embora esteja em estado de verborragia mental.
De muitos anos para cá, talvez todos, eu vejo que há quase uma anarquia, será que ainda é usado esse termo? Um ser, que não é totalmente desconhecido, toma conta dos meus pensamentos e, em geral, ele gostaria de ser outro, mas, eu tenho consciência, ele está dentro de mim sim; é aquele caleidoscópio interior, sabe? Então.
Me pergunto se as pessoas se comportam assim. Me pergunto se essa vontade de sair por aí fazendo mais coisas do que imagino que poderia fazer; se esse desejo de sentar na praça sempre foi meu.
Nos últimos anos vejo que no meu mês de nascimento eu realmente sou várias outras; nasço novamente e adquiro novas caras, novos gostos pela vida. Desejo inclusive que, em tendo nova vida (pós-morte) ou uma, quem sabe, reencarnação, eu lembre que gostaria de voltar e ser melhor.
É verdade, nasço com uma vontade enorme de nascer de novo e, talvez até repetir algumas coisas, mas, essencialmente, viver outras coisas.
Me pergunto, todavia, se não as vivi e estou tendo um deja vu, pois existe sim uma quase saudade, um lampejo de: já estive aqui antes.
Todo ano vejo que nasço novamente e nasce em mim o desejo de voltar, em algum tempo, em algum lugar.