domingo, 30 de novembro de 2014

O Desamor dos amores!

Cada vez que escuto mais uma estória mal sucedida de amor me pergunto: afinal, o que foi feito do amor.

Reza a lenda, os evangelhos bíblicos e tantos outros textos importantes da história que amor é caridade, paciência, é "um contentamento descontente" e eu acrescentaria à lista, outros certamente já o fizeram, tolerância. E, gostaria de me apegar a esses adjetivos quando me faço a pergunta.

Onde estamos errando. Onde perdemos a mão. Onde pegamos o atalho que se desviou do Caminho...
Não sei, mas, o fato é que, conforme tinha "proclamado" em tempos ou textos atrás, homens e mulheres se sentem cada vez mais sozinhos e procuram amainar esta situação buscando pares, um atrás do outro ou, pior, um do lado do outro. É uma corrida maluca. Ninguém se conhece, ninguém conhece a si mesmo ou talvez se conheça tanto que tenha medo de se enfrentar...sozinho.

Quem sou eu para julgar, jamais. Mas, a questão me incomoda. Vejo que há uma troca de corpos tão grande a todo tempo, tentando saciar um desejo que, a meu ver, não será saciada desta forma, que a carência só se torna mais funda, porque não é isso que as almas querem.

Quando ouço histórias de casais que continuam juntos por 30, 60 anos a despeito de todas as dificuldades me pergunto: qual é o segredo, sim, porque deve existir um. Criaram 4, 7 filhos. Em geral lutaram muito para dar a esses uma vida "decente". Muitas vezes moravam na mesma casa os pais, filhos, sogra de um ou de outro enfim, era verdadeiramente uma família. E, a despeito de todas as dificuldades, conseguiram chegar a um bom termo.

Muitos dirão que "naqueles" tempos um casamento era tão duradouro porque, em geral, as mulheres, faziam vistas grossas à traição. Eram traídas, mas, suportavam a situação porque não se podia falar em separações ou porque não saberiam o que fazer para sustentar a prole. Sim, é fato. Na maioria dos casos, eu diria que isso acontecia. Entretanto, temos que admitir que no meio de tudo, haviam também casamentos saudáveis, sem desrespeitos por parte de ambos. Sobreviveram às marés altas.

Aí, volto a me perguntar: será que deveríamos olhar menos para nós e um pouco mais para o outro...ou ainda, olhar para nós e nos vermos de fato. Tudo é um exercício e, sem dúvida, exige esforço.

Talvez tenhamos sido levados a pensar que nada vem de graça, tudo necessita de sacrifícios e por isso estejamos arraigados a esse pensamento e ainda mais a forma de ver a vida. Todavía, me faço outra pergunta: é de fato interessante entrar e sair de "relações", notem, não digo relacionamentos, e sim relações.
Não é desgastante deitar com um, outro e mais outro, muitas vezes com intervalos ínfimos...O que se busca aí..

Enfim, me parece intríseca a relação paciência, tolerância, para que se construa um relacionamento com bases mais sólidas e eu adicionaria bom humor e leveza sem isso, os "sacrifícios" perderiam esse tom pejorativo. Pelo menos poderemos dizer: eu tentei ou melhor: nós tentamos.

Viva o amor.





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