Quantos de nós quer viver um grande e inesquecível amor? Quantos de nós sonha de olhos abertos com o ser amado chegando, não mais na velha e conhecida carruagem mas, chegando. Agora não importa mais o veículo, o importante é que chegue. Entretanto, quantos de nós verdadeiramente sai em busca deste ser e, detalhe, quando encontra, está disposto a encarar a felicidade com todas as suas nuances? Muito poucos, eu diria, muito poucos mesmo, afinal, quem disse que ser feliz é fácil.
Amar exige tanto. Antes de tudo exige despreendimento. Exige não exigir. Meu Deus, que difícil!
Conhecemos alguém e, por ele nosso coração dispara, esquenta; as mãos gelam, pela espinha vai e volta uma corrente elétrica. Não vemos a hora de reencontrar esta pessoa, de ouvir sua voz, tão distinta das outras, de ver seu rosto e de nos deixar embalar pela sua conversa suave, engraçada e inteligente.
Chega o momento...mas, ele não vem, não ligou, não deu as notícias tão esperadas. Por quê? O que nos fez repelir aquele com quem tanto nos identificamos?
Outra situação: ele apareceu e durante semanas continuamos a nos ver, esporadicamente, é verdade, estamos ficando e o nosso coração continua nos colocando em armadilhas, não é bem isso que esperamos, até quando esta situação continuará indefinida? E o medo de perguntar, de começar a exigir e o ser amado sumir para sempre?
Meu Deus, como é difícil amar!
Amar é difícil mesmo porque exige que as pessoas se exponham e estejam dispostas a amar e a se deixar amar.
Amar ou começar a amar significa dar passos, tomar atitudes, independente do que o outro possa pensar. Mas, aí, tem o outro. Claro, o outro existe e, não por acaso é o fruto dos nossos desejos.
Como tomar atitudes sem que sejam abusivas, invasivas? Onde é o limite? Ninguém nunca respondeu esta pergunta porque, no fundo, tem que arriscar para ver, é isso.
Se não dermos os passos necessários: não ligar, não escrever, não demonstrar saudade, não vamos saber nunca o quanto devemos caminhar e, isto exige esforço. É, esforço. Esforço de sair de nós mesmos, de ser vistos como românticos (não ria, parecer romântico é botar nossa cara para bater), de ser caçoados e de ser repelidos do mesmo jeito.
A verdade é que nós ou o outro, naquele momento, pode não estar preparado para todas as implicações que é estar envolvido.
Isto é amar ou querer começar a amar.
O que fazer então? Fugir das pegadinhas que a vida nos prega? Como se isto fosse possível. Estamos vivos e isto já é uma implicação.
A solução, ninguém também me contou que já encontrou uma, mas, arrisco dizer é não se furtar aos momentos do coração, é não recuar, é não construir paredes intransponíveis e aceitar o que a vida apresenta.
A verdade, por favor, me ajudem com a verdade, é que para conhecer o outro é preciso sair, arriscar.
Para acolher o outro e ser acolhido é necessário estar disposto, por isso não é fácil.
Mas, quem disse que viver é fácil? É preciso viver para ver...e arriscar.
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